10.3.22

Uma Doce Revolução

Uma Doce Revolução || Já disponível nas plataformas digitais 
Crítica por Marcelino Nobrega 

Imagem cedida pela Atômica Lab

Lançamento da Synapse Distribution na semana do Dia Internacional da Mulher, o filme Uma Doce Revolução relata uma das facetas do movimento dos direitos civis nos EUA do século XX. O recorte do roteiro é a inclusão das mulheres como cidadãs efetivas nas leis americanas, com direito a receber empréstimos bancários e ter vida econômica independente de seus maridos e pais. 

Óbvio no mundo ocidental de hoje, antigamente essa prática não era comum. Foi fruto de uma luta de décadas, política implementada por volta dos anos 60 pelo congressista interpretado por Kelsey Grammer, inspirado e seduzido pela socialite divorciada branca Grace Gordon (Anna Friel) e pela cozinha maravilhosa de sua mansão sulista. A diretora estreante e roteirista do longa S. E. DeRose optou por dar uma visão mais leve do período. Acompanhamos as desventuras dessa ex-riquinha que chega à sua cidade para enterrar o pai e descobre que está falida. Divorciada já duas vezes, começa uma odisseia para conseguir um novo marido e seu alvo preferencial é o congressista da região, aparentemente muito bem de finanças. 

Imagem cedida pela Atômica Lab

Enquanto acompanhamos essa caça a maridos, o longa acrescenta mais personagens e observamos a luta de diversas mulheres nesse mundo tão hostil ao gênero feminino. Há as empregadas negras da madame, as prostitutas que ela conhece quando tenta vender produtos da Avon, as garçonetes que tentam ganhar seu sustento independente de seus homens e as candidatas a um emprego de datilógrafa. Além disso, aparecem vários outros personagens secundários masculinos, representando os homens da época e suas diversas posturas frente às suas companheiras e amantes. Isto é uma das falhas do roteiro: personagens demais e os arcos do roteiro não são completamente fechados, estórias interessantíssimas são delineadas, mas não aprofundadas. 

É um painel dos anos 60 e do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos sulista, ainda que superficial. Uma ótima sessão da tarde, mas que poderia ser um filme bem melhor, caso o roteiro tivesse sido mais bem trabalhado. Uma metragem de 107 minutos que chega a uma conclusão otimista, é o primeiro filme de uma diretora que escolheu um assunto espinhoso e optou por aparar os espinhos e apresentar a rosa. Deixa um sentimento de frustração em quem queria algo mais aprofundado, mas vale a pena demais para quem quer uma diversão descompromissada e leve, estilo Sessão da Tarde. Os atores estão excelentes e torcemos pela vitória da falida Grace Gordon! Mas não será fácil... 

Desde 8 de março o filme está nas plataformas digitais Claro Now, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes para compra e aluguel. Muito bem fotografado, com figurinos e cenários bem cuidados, é um filme curioso e leve sobre um assunto muito importante: os direitos civis das mulheres. Assistam e se divirtam! Nota: 6,5/10.

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