12.2.22

Diário de Leitura 1984 - parte 1

Comentei no Instagram tem alguns dias que gostaria de fazer um diário de leitura para 1984, que eu recebi da Faro Editorial tem um tempão e fiquei travada na leitura. Só que no Instagram eu disse que faria de 100 em 100 pgs, até ver que o livro é dividido em 3 partes, então adotei essa separação. Hoje vou comentar sobre a parte 1, depois sobre as outras. 

Não é de hoje que eu tento ler 1984 e travo. Tenho a edição da Cia das Letras que já tentei ler várias vezes e não consegui. Até ter pedido essa de parceria com a editora para superar isso e ler. O que me faz travar na leitura de 1984? É uma leitura complexa, no sentido de requerer toda a sua atenção para não perder o que está acontecendo. Não é aquele livro que se você voar por um momento pode continuar que não vai fazer falta. Então eu tenho lido poucas páginas por dia para não perder nada.


1984 talvez deva ser O grande livro das distopias, por isso eu me forcei a ler. Muita gente bebeu dessa fonte e vira e mexe comentam o quanto nos aproximamos do que acontece no livro. Nessa primeira parte, narrada em terceira pessoa, conhecemos o protagonista Winston Smith. Ele está na faixa dos 40 anos e a gente não sabe como esse regime autoritário ascendeu, como ele conseguiu chegar ao poder. O livro começa e o Winston já vive em um sistema político em que o Grande Irmão determina tudo, vê e vigia tudo. Só que esse regime tem pouco tempo e o Winston tem flashes de como era antes da "Revolução".

Outro complicador nesse livro é a língua nova que ele introduz. Sinto falta de um dicionário para entender não só as novas palavras como também termos ligados à esse sistema político. Essa questão da língua faz parte de um desmonte que o Partido está fazendo para acabar com toda a cultura/identidade/democracia que faz um povo. Ele está destruindo a língua antiga, o passado, a educação, e reescrevendo de acordo com o que esse partido acha certo. O Winston trabalha reescrevendo fatos do passado, daí a gente tira o nível que é essa sociedade.

Para mim o fato mais relevante até agora é esse de apagar o passado. É sempre batido na tecla a importância de se conhecer o passado para que ele não se repita, mas se o passado não existe ou foi alterado, o que impede de se repetir? É basicamente disso que o livro fala em certos momentos. Tudo é exagerado, é meio absurdo, mas é crível. Se uma sociedade bobear ela pode acabar como a Londres retratada nesse livro. 

Finalizando esse primeiro post com as impressões da parte 1 de 1984, o Winston não aceita como a sociedade está agora. Ele é questionador e tem nele uma inquietação com tudo que está acontecendo. Ele não lembra de como era antes, mas sabe que não era tão ruim quanto agora. E a preocupação dele, também, é que todo mundo que se lembra de antes seja eliminado pelo Partido e isso deixe de existir, o antes. Dentro dessa sociedade ele está infringindo regras e pode sofrer consequências. 

1984 
George Orwell 
Faro Editorial: Instagram/Facebook 

Onde comprar (links comissionados): 

Postar um comentário

últimas resenhas e críticas

Acompanhe no Instagram: @dnisin

© Site Seja Cult. Design by FCD.