8.11.21

Enquanto Houver Amor

Enquanto Houver Amor || Estreia dia 18 de novembro de 2021
Crítica por Natasha Soares 

Imagem cedida pela Sinny Assessoria

Enquanto Houver Amor (Hope Gap) é um drama familiar que conta a história de Grace (Annette Bening) e Edward (Bill Nighy), um casal prestes a completar 29 anos de casados. Enquanto Grace passa seus dias escrevendo uma antologia, Edward é um professor do ensino médio. Solitária na maior parte do dia, Grace anseia pela visita do único filho do casal, Jamie (Josh O’Connor). Após Edward finalmente convencer o filho a visita-los, Jamie traz consigo, sem saber, uma decisão que irá abalar toda a família e o modo como viveu, até então. 

Apaixonado por outra mulher, Edward aproveita a presença do filho para revelar a esposa que quer se separar. Esse é o ponta pé inicial para que a estrutura familiar dos três protagonistas comece a desabar. Ainda apaixonada pelo marido, Grace não aceita a decisão de Edward e é bastante firme ao se negar em ser "abandonada" depois de quase trinta anos de casada. 

O relacionamento do casal já não andava bem. Grace cobrava que o marido se comunicasse com ela, que eles conversassem. Edward tem uma personalidade introspectiva e reclusa. Já Grace é expansiva e fala o que pensa. Os dois opostos, que se atraíram há vinte e nove anos, já não se conectavam mais. 

Imagem cedida pela Sinny Assessoria

Escrito e dirigido por William Nicholson (Gladiador), o longa é repleto de diálogos reflexivos, âncora que faz com que o telespectador reflita sobre o que está sendo dito em diversas cenas. Um exemplo disso é a fala de Grace para Jamie, quando a personagem diz que “Edward assassinou o casamento deles, pois apesar de não ter tido sangue, o divórcio foi um assassinato”. 

Após a partida de Edward, a personagem entra em uma profunda tristeza: não sai de casa, não se arruma, não faz nada. Apesar de respeitar a decisão do pai e preferir não se intrometer na separação dos dois, Jamie está sempre presente do lado da mãe, ajudando-a a seguir a vida. 

A separação de um casal nunca é algo fácil, ainda mais quando se tem filhos. Geralmente acreditamos que quando os filhos já são adultos, a dor é mais fácil de ser superada. Raramente vemos uma história na qual um filho adulto está sofrendo profundamente pelo divórcio dos pais. "Enquanto Houver Amor" traz uma vertente diferente. Em uma separação, todos sofrem. Jamie se sente perdido e nostálgico, pois, ainda que morasse longe deles, ele sabe que a vida e a dinâmica do convívio que tinha com os pais nunca mais será a mesma. 

E esse é o outro lado da moeda que o diretor mostra no longa, já que possui uma ligação real com a história. “Enquanto Houver Amor” é um filme pessoal para William Nicholson, pois o enredo é baseado na própria experiência dele. Os pais do diretor separaram-se após quase trinta anos juntos, trazendo um sentimento de perda e tristeza para Nicholson.

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