Um Fascinante Novo Mundo || Disponível nas plataformas digitais
Crítica por Helen Nice
"Com pouco orgulho e menos esperança, começamos um novo ano."
Imagem cedida pela Sony Home
Baseado no original de Jim Shepard, que também divide o roteiro com Ron Hensen, com direção de Mona Fastvold, o drama de época "Um Fascinante Novo Mundo" já se encontra disponível nas plataformas digitais, distribuído pela Sony Pictures Entertainment.
Nos papéis principais estão Vanessa Kirby (Tallie), Katherine Wasterston (Abigail), Christopher Abbott (Finney) e Casey Affleck (Dyer).
O filme ganhou o prêmio Queer Lion no Festival Internacional de Cinema de Veneza como melhor filme de temática LGBTQ.
Meados do séc. XIX, interior do estado de Nova York. Mais um ano se inicia para o jovem casal Abigail e Dyer.
Abigail narra o passar dos dias, meses, anos, estações, fazendo anotações em seu diário. A vida é dura e as condições de trabalho são brutais. A rotina se resume em cozinhar, limpar, criar filhos e simplesmente cumprir tarefas e sobreviver. A fazenda rudimentar na encosta de uma colina no meio do nada não permite a interação com outras pessoas. A vida social é praticamente impossível.
Seu marido é um homem fechado, de pouco diálogo, cuja única preocupação é o sustento da família.
Mas uma tragédia se abate sobre eles, deixando marcas profundas de solidão e sentimentos contidos. Cada um sofre à sua maneira.
Abigail carrega um vazio imenso difícil de ser preenchido.
Até que um outro casal, Tallie e Finney, alugam uma propriedade nas imediações.
Imagem cedida pela Sony Home
Tallie é linda, naturalmente sensual. Impossível não se apaixonar!
Arrasta um casamento com um homem rude violento.
Desde os primeiro olhar entre as duas mulheres já era possível antever que um novo e fascinante mundo estava por vir.
Algumas visitas de boas vindas, encontros para o chá no domingo e pouco a pouco elas começam a passar cada vez mais tempo juntas. Assuntos intermináveis, poemas, confissões, segredos. Uma atração natural se transforma em um relacionamento mais íntimo.
Outros tempos, onde um contato mais próxima entre duas mulheres era mal visto, inaceitável e fortemente combatido.
Tallie não esconde que Abigail faz seus dias melhores e que espera ansiosamente pelos encontros.
Tallie traz surpresa e alegria à vida de Abigail.
Dyer finge não perceber o interesse da esposa pela nova amiga.
Já Finney reage de maneira agressiva.
A narrativa é lenta como o próprio passar do tempo, sem perspectivas de algum futuro para o amor proibido. A vida é enfadonha e apenas a paixão entre as duas traz algum alento.
A natureza e as intempéries tornam tudo mais arriscado e desafiador. Não há esperança para elas. O fim é trágico.
As atuações são ótimas e transmitem toda carga emocional das personagens. O figurino ricamente detalhado situa bem a época. A fotografia deslumbrante abusa das tonalidades suaves que definem bem o tempo e lugar. Destaque para a trilha sonora de Daniel Blumberg que transmite toda melancolia e angústia das personagens e eventos, com acordes potentes e marcantes.
Um belo filme sobre o amor proibido e suas trágicas consequências. Apesar do tema não ser original e o final previsível, ainda assim é um bom filme e vale conferir.
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