Filhos do Ódio || Já disponível nas plataformas digitais
Crítica por Marcelino Nobrega
Imagem cedida pela Atômica Lab
Chegando às plataformas digitais no dia 25 de junho, com distribuição da Synapse
Distribution., este filme estará disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky
Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes.
Baseado na história de Bob Zellner, um
dos heróis no movimento dos direitos civis americanos contra a segregação racial no sul dos
Estados Unidos, é um filme inspirador de alguém que fez diferença na história do seu país e do
mundo. Jovem branco promissor, filho de um pastor e neto de um membro da Ku Klux Klan,
Bob, interpretado pelo ator Lucas Till, tinha tudo para ter uma carreira de sucesso, mas
preferiu ouvir sua consciência, mesmo que relutante no início, e juntar-se ao movimento dos
direitos civis, sendo o primeiro secretário branco do Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento (Student Nonviolent Coordinating Committee) e fazendo história.
A biografia é bem tensa. Para se ter uma ideia, o filme começa com o protagonista sendo
arrastado para seu enforcamento. O sul racista branco intimidava os antisegregacionistas com
muita violência: espancamentos, enforcamentos, xingamentos, cruzes queimadas, etc. Era
uma época em que a Ku Klux Klan ditava as regras e todos obedeciam. Mas os insurgentes
apareceram e o Bob Zellner foi um deles. Hoje, ainda vivo, o octogenário Bob continua sendo
uma das grandes referências americanas nos direitos civis.
Imagem cedida pela Atômica Lab
Dirigido por Barry Alexander Brown e produzido pelo grande diretor Spike Lee, o filme não é
uma obra-prima mas conta de maneira decente a história deste herói americano. O roteiro
poderia ter sido melhor trabalhado, personagens com mais aprofundamento psicológico e
mais conflito teriam enriquecido a obra. Talvez haja uma homenagem excessiva ao
protagonista e a película acabe virando uma biografia pasteurizada.
A trilha sonora é bem interessante, canções de protesto e melodias gospel são muito boas de
serem ouvidas. A fotografia em tons solares dos estados do sul torna o filme bonito. A
montagem, sem grandes surpresas, cumpre bem seu papel. Tudo eficiente e limpo, como se
fosse uma produção para televisão. Cinema, porém, tem que ser maior que isso. Faltou aquele
êxtase da sétima arte, aquela junção de elementos que fazem o espectador sair do cinema ou
da frente de sua televisão ou computador pensando no que acabou de assistir e remoendo as
cenas.
Assistam! Estamos precisando de histórias inspiradoras! Pessoas que corajosamente saíram de
suas zonas de conforto para ajudar a mudar uma realidade opressiva são extremamente
necessárias hoje em dia. Que os Bob Zellner se multipliquem! Nota: 6,5/10.
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