14.3.22

Diário de Leitura 1984 - Extras (Companhia das Letras)

Finalizo o diário de leitura de 1984 com os extras que a edição da Companhia das Letras traz. Comentei no Instagram que faria essa leitura extra, já que a edição da Faro não traz textos de apoio. Então fiz a leitura do romance pela edição que recebi da Faro e complementei a leitura com os extras da Companhia das Letras. São três artigos escritos em épocas diferentes e que ajudam a entender melhor o livro, que como já disse, não é tão simples quanto parece.

O primeiro artigo é de Erich Fromm, 1961, e ele fala sobre outras distopias que também trazem esse sentimento negativo em relação ao futuro, além de questionar a possibilidade do que torna o homem, homem, ser modificado até que não fique nada. Nesse artigo o autor também questiona como Orwell trabalha a verdade, sendo um complemento da realidade. Se eu não vi, vivenciei, então não é verdade.


Ben Pimlott, 1989, e Thomas Pynchon 2003 me chamaram a atenção com as reflexões sobre o "duplipensamento", que é ter dois pensamentos opostos sobre um mesmo assunto. Eles falam que por mais absurdo que isso pareça, todo mundo hoje pratica o "duplipensamento" sobre alguma coisa. Dai eles citam a questão de países terem bombas atômicas, terem armamento pesado, e serem a favor da paz. Pregamos a paz, mas estamos preparados para a guerra. Casou certinho com esse momento de guerra na Ucrania que estamos vivendo. 

O Thomas ainda vai comentar um pouco sobre a língua nova que existe no livro e em como o ato de falar é importante para a expressão de ideias, de ter palavras que exprimam aquilo que sentimos e com o que não concordamos. Como um individuo dessa sociedade vai expressar o que lhe desagrada se não existe palavra capaz de passar isso? Essa nova língua na verdade é a redução de palavras até que um pensamento crítico não seja capaz de ser expressado. Bons textos de apoio e espero que a próxima edição traga um mais atual.

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