Falling - Ainda Há Tempo || Estreia dia 2 de dezembro de 2021
Crítica por Natasha Soares
Imagem: Reprodução
Falling - Ainda Há Tempo é um drama familiar que conta a história de Willis (Lance
Henriksen), um idoso turrão que mora sozinho e está começando a ter problemas de
demência. Para cuidar da saúde, ele terá que passar uma temporada na casa do filho,
John (Viggo Mortensen). O grande problema disso encontra-se no fato de que Willis é
um fazendeiro homofóbico que não tem papas na língua. Já John, é gay e mora com o
marido, o enfermeiro Eric (Terry Chen) e a pequena filha do casal, Mônica (Gabby
Velis). Confusão à vista? É claro que sim.
Dono de uma personalidade intragável e intolerante, Willis conquistou o desprezo de
todos ao seu redor. Acostumado a dizer o que pensa, sem medir as palavras, o
fazendeiro é aquela típica pessoa de qual se quer ficar longe. John é totalmente o
oposto do pai. O piloto de avião é um homem tranquilo, paciente e disposto a ajudar a
todos. Não foi à toa que assumiu a difícil missão de cuidar do pai. A estadia de Willis na casa de John não é fácil. Jogando piadinhas preconceituosas para o filho e o marido
dele, a única pessoa com quem o idoso se preocupa, chegando até ser amável, é a
neta.
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Intérprete do rústico fazendeiro, o veterano Lance Henriksen está incrível no papel.
Conhecido por blockbusters como “Aliens” e “O Exterminador do Futuro”, o ator de 81
anos entrega com veracidade um personagem debilitado que, mesmo amargo,
consegue arrancar algumas risadas por suas tiradas sarcásticas, ao mesmo tempo que
dá raiva com comentários inoportunos. Willis é aquele personagem que amamos
odiar. Destaque também para o ator que interpreta o personagem quando jovem, o
sueco Sverrir Gudnason. Sverrir mostra um Willis terno e doce com a esposa, Gwen
(Hannah Gross), e que vai se transformando durante os anos.
Além de protagonizar o filme como John, Viggo Mortensen é o responsável pelo
comando do projeto. Conhecido pela premiada trilogia “O Senhor dos Anéis”, Viggo
assume pela primeira vez a direção e o roteiro de um longa, no qual dedica aos irmãos
Charles e Walter Mortensen. Podemos dizer que a estreia do ator na função de
roteirista e diretor começou com o pé direito. Falling - Ainda Há Tempo recebeu o
prêmio de Melhor Filme no Festival de San Sebastián em 2020, além de ter sido
indicado ao Goya 2021 na categoria de Melhor Filme Europeu.
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Viggo traz uma abordagem interessante para esse projeto. O filme intercala momentos
do passado e do presente, para que o telespectador consiga compreender o motivo da
relação atual dessa problemática família ser do jeito que é. Falling conta a história do
relacionamento entre um pai e um filho que começa super bem na infância do garoto,
e que vai se despedaçando durante a juventude de John, devido ao caráter violento e
conservador de Willis. Apesar da ferida nunca ter sido curada e de pai e filho nunca
terem conversado sobre a relação conflituosa entre os dois, John assume o papel de
acolher e cuidar do pai.
Falling - Ainda Há Tempo traz sensibilidade à uma história familiar conturbada. É um
filme tocante que emociona em cenas dramáticas e afetivas.
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