Memórias de um Amor || Disponível nas plataformas digitais
Crítica por Helen Nice
Imagem cedida pela Sony Home
Vamos começar com uma curiosidade sobre o filme. Olivia Cooke disse, em entrevista que, durante as gravações no set de filmagens, eles discutiam como seria estranho se o mundo fosse realmente atingido por uma Pandemia.
E hoje, por uma triste ironia do destino, o filme chega em meio à uma Pandemia real e nos leva a refletir sobre a Vida e o verdadeiro significado do Amor.
A trama é bem simples, porém profunda e deprimente. Se conviver com uma pessoa acometida pelo mal de Alzheimer já é bem triste e desafiador, imagine como seria se repentinamente uma doença misteriosa surgisse, onde as pessoas infectadas perderiam totalmente a memória? Você saberia viver sem se lembrar de absolutamente nada?
Na trama temos o jovem casal, recém casados e cheios de boas lembranças, Emma e Jude. Quando se ama é gostoso recordar como foi o primeiro beijo, onde se conheceram, como foi o casamento e esses pequenos detalhes que unem qualquer casal.
As primeiras cenas já nos preparam para o que virá e as dificuldades que enfrentarão.
Emma é veterinária em um abrigo de animais e faz pequenas anotações que nos guiarão na narrativa em pequenos flashbacks.
Jude é fotógrafo e tenta guardar em imagens as memórias do casal. Jude é um ex dependente químico e está em abstinência a alguns anos.
Imagem cedida pela Sony Home
O rapaz começa a dar pequenos sinais de esquecimento, que a princípio parecem normais. A esposa liga o sinal de alerta quando os esquecimentos se tornam uma constante e outros fatos estranhos no trabalho e com os amigos também se intensificam.
O casal de amigos mais próximo, o músico Ben e a esposa Samantha enfrentam situações críticas geradas pela doença.
Emma parece não ter sido atingida ainda pela doença cruel e luta de todas as formas que encontra para salvar as memórias que unem os dois. Repetições, perguntas, fotos com anotações no verso, tatuagem. Tudo aquilo que os une emocionalmente ao passado em comum. É uma tentativa desesperada por manter seu amor vivo.
Uma pesquisa experimental acende uma luz no fim do túnel. Talvez haja uma possível cura.
Enquanto isso, o mundo ao redor entra em colapso e o caos se instala. Não é só a perda da memória, mas a violência e agressividade que isso gera nas pessoas. O pânico é crescente e este cenário de ficção científica futurista nos traz imediatamente à nossa realidade atual, causando um certo desconforto. O que vemos na tela é tão real.
A trilha sonora é perfeita.
Em outros tempos, este seria apenas mais um filme, mas ser lançado em plena Pandemia dá um peso a mais à esta película.
O filme foca nos sentimentos e não na possível cura. É melancólico, sensível.
Nos mostra como pequenos detalhes que seriam apenas lembranças corriqueiras tem um valor imenso diante da possibilidade do esquecimento.
Tudo é efêmero e nossas memórias são os elos da corrente que nos mantem unidos àqueles a quem amamos.
Lembranças dão sentido à Vida!
E se elas não mais existissem?
Você saberia viver sem se lembrar que ama uma pessoa?
Assista e reflita.
Postar um comentário