Como eu disse na resenha de A fúria e a aurora, li a duologia de uma vez, mas como esse eu gostei menos acabei demorando muito para fazer o texto sobre a conclusão da estória de Sherazade e Khalid. Ele começa depois da tragédia que aconteceu no fim do primeiro e Sherazade e Khalid estão separados. Khalid fica na cidade para cuidar de seu povo e tentar reconstruí-la, enquanto Sherazade vai com Tariq para um abrigo nos arredores. Ela foi embora para tentar descobrir uma forma de quebrar a maldição e poder ficar com o marido. Quando chega no acampamento com Tariq, descobre uma conspiração para tirar Khalid do trono. Uma das lideranças que quer vingar a morte de tantas mulheres é Tariq, seu amigo e amor de infância.
Sherazade também vai descobrir que o pai tem muito a esconder e que o que aconteceu no fim do primeiro livro tem dedo dele. Na busca por um modo de quebrar a maldição Sherazade vai se encontrar, descobrir que é diferente e também terá sua coragem posta a prova. O livro continua sendo narrado em terceira pessoa e mais personagens são agregados à narrativa. Vi muita gente comentando que Tariq era um personagem chato, mas eu gostei bastante dele na sua jornada e esperava um final mais interessante para ele do que a autora deu. Claro que conhecendo Khalid melhor a gente passa a torcer pelos dois e nesse volume ele acaba crescendo mais ainda enquanto governante, tendo que tomar decisões que muitas vezes vão contra seu coração.
O que me incomodou nesse livro é que a autora lançou uma ideia de que a Sherazade poderia ter um poder, mas isso não chega a ser uma verdade completa; não descobrimos o que ela pode fazer de fato, o seu potencial. Eu imaginava que a maldição seria finalizada com seu poder, só que acontece de outra forma. Isso é até curioso porque personagens poderosos aparecem nesse livro, que não tinha no primeiro, e um deles até treina Sherazade. A Sherazade passa páginas e páginas treinando para ajudar de alguma forma, para quebrar a maldição, e no fim não dá em nada. Não dá também para esperar um grande acontecimento na quebra da maldição, o que foi outro ponto estranho. Quando a gente lê acha que vai ser quase impossível quebrá-la, mas como tudo termina foi bem conveniente.
Nesse livro personagens secundários acabam ganhando mais espaço como Jalal e Despina e a irmã de Sherazade, Irsa, e Rahim. Esses últimos fizeram meu coração balançar com um romance inocente e fofo, mas que termina de uma forma bem trágica. Também temos nesse volume o embate entre Khalid e Tariq. Tariq é o personagem que a gente torce para ficar com a Sherazade antes de conhecer o Khalid melhor. Tariq é o melhor amigo que se apaixona e faz tudo para conquistar seu amor. Antes ele tinha esperanças de ficar com Sherazade e ela também dava a impressão de gostar dele, mas no decorrer da estória ela se apaixona pelo marido e o escolhe. Só que em Tariq fica o gosto amargo da vingança e o confronto enfim acontece.
Embora eu não tenha gostado muito desse segundo livro por causa das expectativas que tinha em relação a Sherazade que não foram alcançadas, a leitura vale a pena. A autora foi muito feliz em criar sua própria estória baseada em um conto. Como disse na resenha anterior, não é porque você conhece As mil e uma noites que vai saber o que acontece aqui, os acontecimentos vão além. A ambientação foi outro ponto que me encantou, as cenas sobrenaturais, a cidade incendiada, as barracas e comidas... tudo transporta a gente para dentro do enredo. Essa fantasia é focada totalmente no romance e muitas pessoas reclamam disso, como eu amo um romance e tenho dificuldade em ler exatamente quando não tem isso, foi um leitura boa. Mas fica o aviso que essa não é uma fantasia muito bem elaborada e com uma magia presente, isso é apenas um detalhe.
Ele não pertencia a ela. Ela não pertencia a ele. Ninguém pertencia a ninguém. Ambos eram um só.
A Rosa e a Adaga # 2
Renée Ahdieh
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Resenha do primeiro livro:
A Fúria e a Aurora
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