25.1.18

Alias Grace


Depois do sucesso de The Handmaid's Tale, a Netflix, que não é boba nem nada e viu que deu mancada, decidiu adaptar outro romance da autora Margaret Atwood, Alias Grace. A série conta a história de Grace Mark, uma jovem de 16 anos que matou seu patrão e a governanta da casa em que trbalhava e passou muitos anos na cadeia. Quando a série começa, Grace está prestes a receber perdão pelo crime, mas precisa de um atestado médico para garantir sua sanidade. O médico em questão, Dr Jordan, passa a investigar não só a sanidade de Grace como também o assassinato pelo qual ela foi presa.

Na época, Grace tinha afirmado ser culpada, mas depois voltou atrás e disse não se lembrar do que houve, que não seria capaz de cometer algo assim. Os capítulos da série, então, vão passar a relembrar a vida de Grace, desde quando ela chegou no Canadá vinda da Irlanda até o dia do assassinato. A grande sacada dessa série é que a gente não tem certeza se a Grace matou mesmo essas duas pessoas. Com o telespectador conhecendo a vida difícil de Grace, e isso inclui o Dr Jordan, passamos a ter empatia por ela e eu acabei torcendo para que ela fosse inocente. Fica o aviso que no último episódio descobrimos se ela matou ou não.


Alias Grace é uma minissérie na verdade. Ela tem seis episódios de mais ou menos 45 min e a maior sacada de todas dessa história, é que ela é baseada em fatos reais. A minha surpresa foi enorme quando eu pesquisei sobre a série e encontrei esse artigo/crítica sobre a história verdadeira de Grace Mark. O que a autora fez foi pegar essa história que existiu e misturar com ficção. A conclusão, a resposta que a série dá para o assassinato, é ficção porque mistura misticismo, um pouco de sobrenatural, com a realidade dos fatos. Na história real ninguém sabe se a Grace matou ou não. Ela era uma menina muito inteligente que acabou usando a submissão feminina para sair da cadeia.

A série acaba dando uma resposta para a pergunta se ela matou ou não, que não tem ligação com a realidade. Essa é a parte inventada, que veio da autora, que aliás, também participou da produção dessa série. Em uma entrevista ela disse que Alias Grace acabou dando pesadelos a ela, mas eu não achei tão de terror assim. Ela possui elementos sobrenaturais, mas não chega a ser um terror mesmo. A série vai ter um pouco de romance, o Dr Jordan acaba tendo sentimentos pela Grace e isso dá a impressão de que foi orquestrado. Como ela é ardilosa, pode ser que ela tenha usado seu charme para conquistar o Dr. Na minha opinião foi exatamente isso que ela fez.


A série também aborda a questão da religiosidade, medicina e fé. Em um determinado momento a Grace passa por uma sessão de hipnose e acontecem algumas coisas que colocam a crença na medicina do Dr Jordan em questão. Vale lembrar que a série se passa no séc 19. As atuações na série estão ótimas, a Sarah Godon interpreta a Grace e soube fazer as muitas faces da personagem. Não existe trilha sonora, mas a ambientação e vestuário estão ótimos. No começo dos episódios sempre tem o trecho de um poema que faz referência ao que vai passar, então não pulem a abertura. Não sei se tem no livro ou se é um detalhe especifico para a série.

Pra mim Alias Grace valeu muito a pena. Se você é adepto das maratonas dá pra fazer em um dia perfeitamente. Eu gostei muito de ter sabido que era baseado em fatos reais, isso me deixou mais intrigada para conhecer a real história de Grace e o que aconteceu com ela depois do fim da série. Espero que não tenha segunda temporada, pois como terminou foi satisfatório e concluiu do jeito que a autora pensava. Ficou bom do jeito que está.

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