"As coisas são melhores quando estão perdidas. Eu sei, porque uma vez eu queria algo e consegui. Era a única coisa que eu queria desesperadamente. E quando eu consegui, virou poeira em minhas mãos."
Eu acabei conhecendo essa série meio que por acaso. Enquanto procurava séries mais recentes para dar uma olhada, apareceu o nome Z: The Beginning of Everything e eu fui ver o que era. Quando eu li a sinopse já corri para ver o primeiro episódio. Criada por Dawn Prestwich e Nicole Yorkin, a série é biográfica e conta a história de Zelda Sayre Fitzgerald, mulher do escritor F. Scott Fitzgerald, que escreveu O grande Gatsby (acho que esse é o livro que as pessoas mais conhecem dele).
O foco da série vai ser no começo do relacionamento deles, quando a Zelda e o Scott se conheceram lá nos anos 20. Ela vivia em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos e ele era do exército americano e aspirante a escritor. De cara a gente percebe que a Zelda é uma mulher diferente. Suas vontades passam longe do que esperam de uma mulher da época. Ela é escritora, ajuda os soldados na enfermaria e é ativista feminina.
Eu não conheço o Fitzgerald muito bem. O único livro dele que eu li, e não gostei tanto assim, foi O grande Gatsby. Fiquei chocada por não lembrar da mulher dele, então ver essa série foi um choque. Ainda mais pela mulher moderna que a Zelda era. Me lembro das aulas de literatura, da professora comentando que ela terminou a vida louca e morreu no hospício. Mas as informações mais relevantes sobre ela, eu conheci pelo seriado.
O que pega de surpresa mesmo, é o Fitzgerald ter usado os escritos da mulher nos seus livros. Assim, para mim plágio é plágio, não importa se de uma parte ou de tudo. Na série não fica claro se ele copiou todos os diários da Zelda ou só alguns trechos. Depois eu fui pesquisar melhor sobre isso e encontrei informações que diziam que ele copiou algumas partes. Ele usava os diários dela e a vida deles juntos para escrever seus livros. Na série a gente acompanha o sucesso dele com seus primeiro livro, Este lado do paraíso.
Eles se conhecem e começam a namorar, mas os pais da Zelda não aceitam o relacionamento. Eles passam um tempo separados e quando o Scott começa a ter sucesso com seu primeiro livro, os dois se casam. É onde a série começa a ter mais emoção, pois a Zelda sai do interior e vai morar em Nova York. Lá ela terá as experiências que sempre quis. Festas todos os dias, roupas caras, contato com escritores e personalidades famosas. Tudo é muito rápido e intenso no mundo da Zelda com o Fitzgerald.
Se por um lado essa vida em Nova York parece um sonho, por outro ela viverá um relacionamento conturbado com Scott. Ele poda a Zelda o tempo todo e ai ela percebe que pode ter feito uma escolha errada. O Scott quer que ela viva a sua sombra; ela quer voar por conta própria. Por exemplo, a Zelda recebe propostas para ser atriz e ele não deixa; ela recebe propostas para ser escritora publicada e o Scott não aceita.
Não é um relacionamento bom para a Zelda, ao contrário do que é para o Scott, que usa os diários dela e a usa como inspiração. É triste notar que enquanto ela estava apaixonada e via o Scott usando as suas palavras como forma de eternizar os dois, ele não teve esse mesmo pensamento quando propuseram para ela publicar seus diários. Quando ela percebe que o Scott está, na verdade, usando ela para os seus livros, a Zelda fica sem ação, pelo menos nessa primeira temporada.
O seriado pinta o Scott de uma forma muito ruim. E como as criadoras do seriado não divulgaram suas fontes, se uma biografia por exemplo, fica difícil saber o que é realidade e ficção. Pesquisando novamente, o relacionamento complicado é verdadeiro, até mais do que foi apresentado. Assistindo, eu queria que ela se separasse dele, tivesse outra vida porque o que ela vive com o Scott não é saudável em muitos momentos. Eles estão se destruindo e até o último episódio da primeira temporada, não dá para saber se tudo vai ficar bem.
A série estreou em janeiro de 2017, e é uma produção original da Amazon Prime. Eu assinei a plataforma deles, grátis por uma semana, para assistir. São 10 episódios de meia-hora, então em um dia dá para ver tudo. Quem interpreta a Zelda é a Cristina Ricci e eu gostei bastante da atuação dela. Ela faz uns trejeitos espalhafatosos e umas caras e bocas que combinam com a proposta da Zelda, de ser a frente do seu tempo. David Hoflin interpreta Fitzgerald e ele é coadjuvante na série, mas interpreta o personagem muito bem.
A ambientação é ótima; as músicas e roupas convergem para criar esse ambiente sem regras e boêmio da época. Recomendo bastante e estou com muita vontade de ler o único livro que a Zelda escreveu, Esta valsa é minha, além de outras coisas do Fitzgerald. Não encontrei nenhuma informação sobre uma segunda temporada, mas acho que vai sair. Ainda tem muita coisa entre esse casal para acontecer, estou dizendo isso baseada em fatos reais.
Um comentário
Gostei da dica Denise. Quero muito assistir Z Beggining of Everything, pois tenho muita curiosidade em conhecer a vida de Zelda Fitzgerald. Beijo!
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