Onde Fica o Paraíso || Disponível nas plataformas digitais
Crítica por Helen Nice
Imagem cedida pela Atômica Lab
Estamos em 1975. A srta. Alice Lamb (Penelope Wilton) é uma escritora idosa, irritada com sua máquina de escrever e as frases de seu livro. Nitidamente, ela não gosta das crianças que atrapalham o sossego de sua casa isolada na montanha.
Em um flashback, vamos encontrar Alice jovem (Gemma Aterton), irritada com as crianças que enchem sua caixa de correio de gravetos e detritos, no mesmo casebre em Kent, interior da Inglaterra, agora nos anos 1940, período da 2ª Guerra Mundial.
O lixo na caixa de correio impediu Alice de perceber uma correspondência avisando da chegada de um garoto evacuado de Londres, filho de um piloto da RAF que está em combate e de uma mãe trabalha para o governo.
Era costume na época enviar os filhos para lares temporários no interior da Inglaterra, longe dos perigos dos bombardeios.
Destaque para a fotografia nas cenas das ruas de Londres destruídas, em plena guerra, e o abrigo antiaéreo. O cenário de guerra está impressionantemente real e impactante.
Imagem cedida pela Atômica Lab
A jovem reclusa e antissocial, não recebe com simpatia o visitante que irá invadir sua privacidade, mas concorda em ficar com ele por uma semana, até que outro lar seja providenciado.
Alice vive sozinha e faz pesquisas sobre folclore e assuntos peculiares que não se adequam aos ideais femininos da época, por isso é chamada de bruxa ou considerada uma espiã pelas crianças do vilarejo.
O garoto Frank (Lucas Bond) demonstra interesse pelos estudos de Alice a respeito de Summerland, uma ilha flutuante folclórica, um paraíso pagão imaginário.
Pouco a pouco o garoto vai ganhando sua simpatia de Alice e conquistando a amizade de Edie (Dixie Egerickx) uma garotinha que não acredita em parceiros e não gosta de compartilhar.
O carisma do ator rouba as cenas. Uma bela amizade e afeto vai nascendo, mas ainda não está claro o motivo do isolamento de Alice e mal humor constante.
As lembranças da escritora nos transportam para os anos 1920 e assim iremos conhecer o amor de sua vida, a bela, jovial e alegre Vera Willbord (Gugu Mbtha-Raw). Apesar do sentimento que as unia, Vera tinha o desejo de ser mãe e abandonou Alice.
A trama é bem costurada e, algumas reviravoltas na parte final acrescentam emoção à história.
O filme é meigo e consegue reunir o amor do passado e a solidão de uma vida com toques de mitologia, em uma narrativa envolvente e gostosa de assistir.
Summerland, com direção e roteiro de Jessica Swale entrega uma história de amadurecimento, um amor lésbico que sobrevive ao tempo e à distância, reencontros emocionantes e um desfecho comovente. Tudo isso embalado por uma trilha sonora deliciosa e uma bela fotografia.
Se você gosta de romance de época, esse filme é para você!!
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