Chernobyl: O Filme

Chernobyl – O Filme || Estreia em 18 de novembro de 2021

Crítica por Natasha Soares 

Imagem: Reprodução

Em 26 de abril de 1986 acontecia um dos maiores desastres da história da humanidade. Conhecido como acidente de Chernobyl, o terrível desastre ocorreu quando um reator da usina nuclear, localizada na cidade Pripyat (extinta União Soviética) explodiu, lançando material radioativo na atmosfera. Comprovou-se, na época, que a explosão aconteceu devido a uma falha humana provocada pelos operadores que trabalhavam na usina. 

Ao realizar um teste de segurança no local, alguns funcionários descumpriram as normas que constavam no protocolo. Após o acidente, foi divulgado também, que os reatores usados na usina foram projetados erroneamente. Ou seja, um combo fatal que viria à tona mais cedo ou mais tarde. Como consequência do acidente, o vento acabou levando radiação a países como Polônia e Suécia, chegando a outros mais longínquos, como os Estados Unidos e Canadá. A população recebeu a ordem de deixar suas casas imediatamente para que a cidade fosse evacuada. 

Como normalmente acontece com tragédias reais, a história de Chernobyl ganhou destaque no audiovisual. Muitos documentários, séries e filmes já foram lançados durante os 35 anos do acidente. Se a intenção do telespectador é assistir a uma obra com detalhes sangrentos e os possíveis danos colaterais da tragédia, esse filme não será uma boa opção. Quem é assíduo atualmente nas redes sociais, sabe que os usuários associam o acidente de Chernobyl a efeitos bizarros da radiação, como "nasceu um terceiro olho ou um terceiro braço" em fulano de Chernobyl. O enredo dessa versão passa bem longe de tais "memes". 

Imagem: Reprodução

Dirigido, produzido e protagonizado pelo ator russo Danila Kozlovsky (conhecido pelo filme teen “Academia de Vampiros”), “Chernobyl – O Filme. Os Segredos do Desastre” conta a história do bombeiro Alexey (Danila Kozlovsky), que se junta a um grupo de voluntários para drenar a água do reservatório da usina e impedir que o desastre de Chernobyl se agrave.

O longa escrito por Elena Ivanova e Aleksey Kazakov, dá destaque a este grupo que, inclui além de Alexey, o engenheiro Valery e o mergulhador militar Boris. O trio e outros voluntários são incumbidos da difícil missão de entrar na usina de Chernobyl e arriscarem suas vidas para impedir que a situação piore em Pripyat e em outras partes do mundo. 

Para compor o tema central, o longa é embalado pela história pessoal do protagonista Alexey, chefe dos bombeiros locais. Dedicado ao trabalho e querido por sua equipe, ele acaba colocando a vida pessoal de lado. Disposto a equilibrar esse lado da balança, Alexey procura a ex-namorada Olga (Oksana Akinshina), por quem ainda é apaixonado. Ao reencontrar a cabelereira, o chefe dos bombeiros acaba descobrindo um segredo que Olga manteve guardado há dez anos. A revelação do segredo junto a dedicação do trabalho será a motivação perfeita para que ele decida arriscar a própria vida na tentativa de fazer com que a explosão de Chernobyl não atinja ares ainda mais estratosféricos. 

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Como citado anteriormente, o foco de Danila e seu time nessa produção foi homenagear os bombeiros e todos os voluntários que contribuíram para que o acidente não se agravasse ainda mais. Não é um documentário de Chernobyl ou um filme focado 100% na tragédia. É uma narrativa dramática que utiliza o acidente como trampolim para a jornada do herói. Alexey é o fio condutor da história. 

Ao unir fatos e reais e fictícios na busca de contar “os segredos do desastre”, o filme fornece uma outra vertente da história ao telespectador, um outro lado pouco explorado ou lembrado quando se fala em Chernobyl. 

É bastante interessante - e louvável - assistir um outro lado de uma história já conhecida. Mesmo que não se conheça profundamente o desastre, alguns fatos são de conhecimento público. Ter um personagem principal de carne e osso conduzindo a trama é gerar um novo rumo à história. É criar uma expectativa no público para que, pelo menos esse lado da moeda, tenha um final positivo e diferente da tragédia de Chernobyl.