17.9.21

O Inimaginável

O Inimaginável || Disponível nas plataformas digitais 
Crítica por Helen Nice 

Imagem cedida pela A2 Filmes

O Inimaginável, filme de 2018, dirigido por Victor Danell que também assina o roteiro juntamente com o ator principal Christoffer Nordenrot, teve sua estreia no Festival Internacional de Cinema Fantástico de Paris. O filme é uma produção do coletivo Crazy Pictures, conhecido por curtas e comerciais no YouTube, e foi financiado pelo público em uma campanha no Kickstarter. O filme foi produzido em 2018, ano em que o governo sueco criou um manual de alerta à população para se preparar contra atentados terroristas, ataques, catástrofes naturais e confrontos, e foi bem recebido pelo público em geral. No elenco temos: Christoffer Nordenrot (Alex), Jesper Barkselius (Björn), Ulrika Backströn (Klara), Lisa Henni (Anna), Pia Halvorsen (Eva), entra outros. 

O roteiro é uma miscelânea de ideias e não segue um único tema definido, unindo crise familiar, conflitos pai/filho e uma história de amor, num panorama de ação espetacular bem ao estilo fim de mundo. A trama começa com a família do jovem músico talentoso Alex, que vive com o pai Björn, ex-militar autoritário e violento e sua mãe Klara, que mesmo sem voz ativa trata o filho com carinho e atenção. Quando a situação atinge um ponto crítico, com os maus tratos chegando a um limite inaceitável, Klara abandona a família, deixando o rapaz à mercê do pai desequilibrado. O jovem nutre uma paixão platônica pela vizinha, a pianista Anna, sua única amiga. 

Imagem cedida pela A2 Filmes

Quando a garota lhe informa que sua mãe Eva foi transferida de cargo e elas irão se mudar para Estocolmo, Alex perde a chance de declarar seu amor. Isso agrava seu temperamento depressivo e introvertido. O rapaz também não suporta mais as paranoias do pai e sai de casa impulsivamente, indo pedir abrigo para um tio em Estocolmo. Anos mais tarde, agora um músico famoso, Alex ainda se mostra um ser melancólico, rancoroso, indiferente aos sentimentos do próximo. Nitidamente uma pessoa com sérios problemas emocionais, marcado emocionalmente e que reproduz o comportamento do pai. Ao receber a notícia da morte da mãe em uma explosão terrorista de responsabilidade do grupo EIIS, não demonstra qualquer dor ou sofrimento. Contrário a sua vontade, o rapaz terá que retornar a cidade natal para os serviços funerários. Pai e filho terão que se reencontrar e encarar as desavenças do passado. 

Nestes anos todos, o pai que agora trabalha em um dos centros subterrâneos de distribuição de energia mais importantes do país, só piorou em suas desconfianças e teorias da conspiração. No final de semana do feriado do Solstício de Verão, quando todos se preparam para as comemorações, os meios de comunicação, eletricidade, internet apresentam falhas, comprovando os temores de Björn. Ele precisa defender seu bunker a todo custo, colocando sua própria vida em perigo. Chove torrencialmente, militares usando máscaras atacam civis, as pessoas misteriosamente perdem suas habilidades, gerando uma série de acidentes bizarros. Estocolmo é devastada por uma sequência de ataques terroristas monumentais. 

Imagem cedida pela A2 Filmes

Paralelamente, temos as histórias da mãe de Anna, funcionária do alto escalão do governo, do marido de Anna, um militar da ativa e da filha pequena do casal. Em vários momentos temos situações clichês que remetem à séries como Dark, The Rain ou outras distopias do gênero, como aves caindo do céu, chuva ácida ameaçadora (ou nem tanto!), explosões, batidas de carros, helicópteros destruídos. Leve em conta que os efeitos técnicos são bons, mas não espere por uma história coerente. 

Drama e ficção caminham juntos. A computação gráfica, em uma visão geral, está ótima, as explosões são críveis e a sequência com os acidentes de carro foi muito bem construída. Fotografia e trilha sonora também ajudam no conjunto da obra. Um thriller dramático peculiar, que vale ser conferido, se você curte distopia.
 

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