O Último Destino || Disponível nas plataformas digitais
Crítica por Helen Nice
Imagem: Reprodução
A trama já começa com uma despedida - "quando você estiver vendo isto eu já estarei morto!" E através de lembranças vamos descobrir quem está falando.
Max Isaksen trabalha como investigador de seguros de vida e parece ter uma vida tranquila ao lado da esposa Laerke. Mas, por ironia do destino, sua própria morte se aproxima. Um tumor no cérebro sem possibilidade de cirurgia e uma crise existencial. Max precisa se afastar do trabalho e se adaptar à nova realidade com alimentação regrada e exercícios com um aplicativo que o lembra de praticar trava línguas para não perder a capacidade de fala. Novos exames revelam que o tumor aumentou de tamanho, o que significa a aproximação de uma morte lenta e dolorosa.
Totalmente desnorteado, Max não consegue contar a real situação à sua esposa. Ele decide abreviar seu sofrimento.
As tentativas de suicídio são impactantes e não tem o resultado desejado. Ao investigar o caso de uma cliente cujo marido está desaparecido, Max tem acesso a uma gravação de despedida da vítima. O homem optou por ter uma morte assistida em um local denominado Aurora - a beautiful ending.
Ele descobre que a empresa oferece um fim belo e honesto, de acordo com o desejo do cliente. O único porém é que a partir do momento que o contrato é assinado, não há volta. O cliente aceita as regras do local e não pode mudar de ideia.
Max embarca para um belo hotel nas montanhas com uma vista deslumbrante, cercado por belas paisagens nórdicas. O local é ladeado por um rio e distante de qualquer sinal de civilização.
Imagem: Reprodução
A fotografia é muito bem explorada em cores sóbrias e frias.
Os planos se alternam e temos os últimos dias de Max e as lembranças da sua vida com a esposa. As dúvidas e questionamentos dos instantes finais.
Com um tema tão polêmico como o suicídio assistido, temos um thriller psicológico e macabro, onde não fica bem explícito se o que ele encontra no hotel é real ou uma alucinação causada pelo tumor ou por medicamentos. O hotel esconde mesmo segredos assustadores com relação ao destino dos cadáveres?
O final inconclusivo nos remete à como o ser humano em geral, se relaciona com proximidade da morte, o sofrimento e a fuga da realidade.
Segundo o próprio diretor, o filme propõe uma reflexão sobre algumas das questões fundamentais que nos definem como pessoas livres na sociedade - para o bem ou para o mal. "É uma história sobre os limites de controle dos seres humanos e também sobre existencialismo e amor."
Confira "O Último Destino" nas plataformas digitais. Distribuído pela Synapse Distribution.
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