Minhas Férias com Patrick || Estreia dia 29 de abril de 2021
Crítica por Helen Nice
Imagem cedida pela Califórnia Filmes
Nestes tempos difíceis que estamos passando, o que mais precisamos é de um bom filme para elevar o astral. Minha dica é "Minhas férias com Patrick", uma comédia charmosa e bem humorada com roteiro e direção de Caroline Vignal, que tem no elenco Laure Calamy, Benjamin Lavernhe, Olivia Côte, Denis Mpunga, entre outros.
Essa produção francesa, inspirado no livro Viagem com um burro pelas Cevenas de Robert Louis Stevenson foi uma bela surpresa.
O livro, considerado um guia que inspira muitos caminhantes, conta as aventuras do viajante pelas belas trilhas do sul da França na companhia de um burro.
Aliás este é um dos pontos fortes da produção. A fotografia deslumbrante mostra os mais belos cartões postais da região da Cévenne com seus vilarejos aconchegantes e pitorescos, o povo receptivo e as trilhas que cortam uma região verde e montanhosa que atrai turistas do mundo todo.
Imagem cedida pela Califórnia Filmes
A história começa com a professora Antoinette Lapouge em uma apresentação aos pais com sua classe. Pela vestimenta e estilo musical dá para sentir que ela não tem muita noção. A impressão se confirma ao sabermos que ela está tendo um caso com Vladimir, pai de uma das alunas. Totalmente sem noção!!!
Ela está ansiosa pelas férias que se aproximam. Seus planos: ficar com seu amor enquanto a esposa e a filha viajam.
O que ela não contava era que Eleonore, a esposa, também tinha planos de fazer uma trilha de trekking no Caminho de Stevenson com o marido e a filha. É claro que o namorado adultero seguiu os planos da esposa, e deu o cano em Antoinette.
Inconformada ela decide fazer a tal trilha também e faz as reservas de última hora, sem nem pensar na encrenca que estava se metendo. Ela até reserva um burrico para carregar suas coisas pelas trilhas nas montanhas. Entra em cena o animalzinho fofo, teimoso, cheio de caras e bocas que vai roubar várias cenas do filme: Patrick. As cenas em que ela tenta fazer o animal obedecer seus comandos são hilárias.
No início da trilha Antoinette não encontra seu amor e conta sobre sua aventura amorosa aos outros caminhantes. Ela não sabia que nesses pequenos povoados as notícias também caminham rapidamente. Logo ela se tornará muito famosa e será ajudada por outros trilheiros e pelo dono de uma pousada, que lhe dará conselhos amorosos.
Seus caminhos finalmente cruzam com Vladimir e família... rola muita d.r. e romances secretos.
Imagem cedida pela Califórnia Filmes
Entre muitos perrengues, situações inusitadas e engraçadas vamos acompanhar a viagem emocional de Antoinette.
Laure Calamy mostra toda sua capacidade de interpretação ao entregar várias cenas em que contracena apenas com Patrick. Seu desespero e angústia ao enfrentar um território desconhecido e encarar suas emoções também desconhecidas. Com bom humor vamos perceber toda sensibilidade da situação.
Aos poucos Patrick vai deixando de ser apenas um animal de carga e se transformando em seu único amigo e confidente. E ele entende isso e demonstra nas expressões e urros de desaprovação.
Sem cair para o lado dramático, vamos conhecer uma mulher perdida em seus sentimentos, que só se sente forte e capaz se tiver um homem ao seu lado. A trilha fará essa mulher descobrir seu potencial e buscar um novo começo. Ela só não percebe que não precisa de um homem para isso.
Uma viagem terapêutica tendo Patrick como fiel confidente.
Afinal, "somos todos viajantes no deserto deste mundo"!
Postar um comentário