72 horas Depois

72 horas Depois || Disponível nas plataformas digitais

Crítica por Helen Nice 

Imagem: Reprodução

Já encontra-se disponível nas plataformas digitais este filme que envolve ação, crime e mistério. Confesso que não coloquei grandes expectativas nesta produção independente, o que foi bem positivo, afinal, tive uma grata surpresa. A direção de Brian Ulrich, que também assina o roteiro, consegue fazer uma miscelânea bem envolvente, que oscila entre romance e trama policial. A cinematografia é boa e, apesar de, a primeira vista parecer um tema já bem batido, "72 horas depois" consegue enveredar por caminhos que surpreendem. 

O jovem casal Jack (Robert Palmer Watkins) e Beth (Deborah Lee Smith) se conheceram na faculdade, à sombra da árvore perfeita. Ele, cheio de sonhos e ambições, almeja um dia se tornar um detetive de sucesso. Ela, dedicada e altruísta, segue os exemplos da mãe na área médica. Tudo parece perfeito. A convivência inspirada em CS Lewis os leva a percorrer todos os estágios do amor, começando no amor universal, atingindo o amor eterno e apaixonado. Beth dá a Jack um relógio de presente. Não é spoiler, é dica! Fique de olho neste relógio! Casados, a coisa começa a tomar outros rumos. As carreiras profissionais tomam a maior parte do tempo da vida do casal e os horários desencontrados levam a uma crise conjugal. 

Imagem: Reprodução

Beth sofre pela falta da companhia do marido, sozinha, sempre esperando uma brecha na agenda. Jack não tem limites em sua ânsia por se destacar na profissão. Novato na equipe de investigações da narcotráficos, precisa dar o sangue para conquistar seu lugar ao sol e provar ao seu superior, Dave (Thomas Wilson Brown) que é digno de confiança. O chefe usa métodos não convencionais em seu trabalho e Jack é testado em sua honestidade. Dave se passa por um elemento da gangue de Manos Coltellos para se infiltrar na gangue rival, a Yaku, liderada por Ronin (Roy Huang) que está traficando uma droga potente e de efeitos desconhecidos, a Reaver. 

Uma noite, após Jack esquecer o aniversário de casamento e discutir com Beth, ele vai a uma balada com os companheiros de trabalho. Lá consome uma bebida, e partir de então, fatos confusos passam a acontecer. Um lapso de tempo, a morte do parceiro, o sequestro da esposa. A droga altera a noção de tempo, faz Jack se sentir desorientado e ter lembranças fora de ordem e talvez até falsas lembranças. O que aconteceu realmente com Jack nos 3 últimos dias? Essa premissa, apresentada entre flashbacks e alucinações, dá ao filme uma tensão bem interessante. As atuações são boas, a construção e as reviravoltas na história prendem a atenção. A sonoplastia carrega no suspense. 

Um filme de baixo orçamento que entrega o que promete. O que é real? O que é efeito da droga? Jack viajou realmente no tempo? Nada faz sentido. E não procure sentido, afinal nossa própria definição de tempo nada mais é que uma simples convenção aleatória. Então, simplesmente, divirta-se!