O Mistério de Frankenstein || Disponível no Cinema Virtual
Crítica por Marcelino Nobrega
Imagem cedida pelo Cinema Virtual
Interessante surpresa, cult movie à vista! O enredo é simples: trupe teatral chega à cidade
para encenar a peça Frankenstein. Repórter cultural, vivida pela atriz de aparência andrógina
Elli Tsitsipa, é escalada para entrevistá-los e se vê envolta em pesadelos, coincidências,
situações surreais, dando-se conta aos poucos que tem uma relação especial de outras vidas
com esses atores amaldiçoados.
Mas o que importa não é o roteiro, e sim a maneira como a estória é contada. Os cult movies
são assim: estranhos, criativos e se eternizam pela sensação de surpresa que provocam no
espectador, gerando uma platéia sedenta por assisti-los várias e várias vezes. E essa película
não poderia ser mais inusitada: fotografia em preto e branco com pequenos detalhes coloridos
em cada frame; atuações bizarras e antinaturais beirando o ridículo; efeitos especiais
estranhos e surreais; música atmosférica e pós industrial para despertar o clima; cenários de
galpões abandonados, prédios em ruínas, ruas tomadas de grafites, bares moderninhos.
Imagem cedida pelo CInema Virtual
O segredo é entrar no clima e na vibe do filme, perder-se nas suas soluções estilizadas e não
dar atenção a verossimilhanças ou lógicas. O resultado é uma tour fantástica e divertida em
um filme cult que bebe nas fontes eternas e perenes do grande livro clássico do romantismo
inglês de 1817: Frankenstein, de Mary Shelley. Como esse livro é eterno! Mais de dois séculos
após sua escrita, o Frankenstein e sua criatura morta-viva influenciam literatura, cinema,
teatro, quadrinhos e outras artes mundo afora, com uma força e uma pujança que só os
clássicos possuem.
Essa influência foi parar dessa vez na Grécia, com o diretor Costas Zapas. Acho que vamos
ouvir falar muito deste diretor ainda. Ele é ousado, criativo e o status de cult o ajudará muito
na sua carreira futura em festivais de cinema. São 90 minutos de duração bem distribuídos em
várias surpresas e situações surrealistas, sem clichês e com soluções divertidas e fora da
caixinha para cada cena. Afinal, essas estórias românticas de amores eternos, seres
sobrenaturais, segredos do passado, são uma delícia de assistir.
Assistam o filme sabendo que vão se surpreender, permitindo-se perder-se em uma película
criativa, cult e pós-romântica, artificial e melodramática como só os artistas românticos sabem
fazer. Não é clássico, é cult! Nota 7,5/10.
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