6.2.21

O Mistério de Frankenstein

O Mistério de Frankenstein || Disponível no Cinema Virtual 
Crítica por Marcelino Nobrega 

Imagem cedida pelo Cinema Virtual

Interessante surpresa, cult movie à vista! O enredo é simples: trupe teatral chega à cidade para encenar a peça Frankenstein. Repórter cultural, vivida pela atriz de aparência andrógina Elli Tsitsipa, é escalada para entrevistá-los e se vê envolta em pesadelos, coincidências, situações surreais, dando-se conta aos poucos que tem uma relação especial de outras vidas com esses atores amaldiçoados. 

Mas o que importa não é o roteiro, e sim a maneira como a estória é contada. Os cult movies são assim: estranhos, criativos e se eternizam pela sensação de surpresa que provocam no espectador, gerando uma platéia sedenta por assisti-los várias e várias vezes. E essa película não poderia ser mais inusitada: fotografia em preto e branco com pequenos detalhes coloridos em cada frame; atuações bizarras e antinaturais beirando o ridículo; efeitos especiais estranhos e surreais; música atmosférica e pós industrial para despertar o clima; cenários de galpões abandonados, prédios em ruínas, ruas tomadas de grafites, bares moderninhos. 

Imagem cedida pelo CInema Virtual

O segredo é entrar no clima e na vibe do filme, perder-se nas suas soluções estilizadas e não dar atenção a verossimilhanças ou lógicas. O resultado é uma tour fantástica e divertida em um filme cult que bebe nas fontes eternas e perenes do grande livro clássico do romantismo inglês de 1817: Frankenstein, de Mary Shelley. Como esse livro é eterno! Mais de dois séculos após sua escrita, o Frankenstein e sua criatura morta-viva influenciam literatura, cinema, teatro, quadrinhos e outras artes mundo afora, com uma força e uma pujança que só os clássicos possuem. 

Essa influência foi parar dessa vez na Grécia, com o diretor Costas Zapas. Acho que vamos ouvir falar muito deste diretor ainda. Ele é ousado, criativo e o status de cult o ajudará muito na sua carreira futura em festivais de cinema. São 90 minutos de duração bem distribuídos em várias surpresas e situações surrealistas, sem clichês e com soluções divertidas e fora da caixinha para cada cena. Afinal, essas estórias românticas de amores eternos, seres sobrenaturais, segredos do passado, são uma delícia de assistir. 

Assistam o filme sabendo que vão se surpreender, permitindo-se perder-se em uma película criativa, cult e pós-romântica, artificial e melodramática como só os artistas românticos sabem fazer. Não é clássico, é cult! Nota 7,5/10.

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