Caminhando contra o vento || Estreia em breve
Crítica por Helen Nice
Imagem: Reprodução
Na história, o jovem Zuo Kun (Zhou You) está no último ano da faculdade de cinema e não leva as aulas muito a sério, principalmente porque a teoria para ele é bem simples e ele já tem uma ótima visão das técnicas.
Seu melhor amigo, o hilário Tong (Tong Lin Kai) é seu companheiro de atrapalhadas e trabalhos. Kun deseja de qualquer maneira conseguir sua carteira de habilitação, comprar um carro e sair rodando até a Mongólia interior, aproveitando a vida. Enquanto suas aventuras não acontecem, os dois amigos aprontam poucas e boas, totalmente inconsequentes.
O retrato típico do jovem com seus conflitos sentimentais, incertezas financeiras, dependência dos pais, desilusões profissionais.
Kun consegue comprar uma velha caminhonete e os dois passam a maior parte do filme tentando resolver questões relacionadas ao carro, que é seu maior patrimônio. O carro é quase uma persona na história.
São cenas hilárias de fuga da polícia, contravenções de trânsito, incidentes. E a road movie vai ficando interessante, apesar de não apresentar muitas cenas de paisagens. É mais uma viagem interior, de auto conhecimento e reflexão.
Enquanto o jovem Kun , inconsequente, leva a vida na boa, sua namorada Zhi tem os dois pés na terra. Responsável, tem um emprego rentável, apesar de não satisfazê-la profissionalmente. É formada em Literatura Chinesa, porém trabalha com eventos, apenas para juntar dinheiro e levar o pai para viajar.
Um relacionamento fadado ao fracasso.
Imagem: Reprodução
Como pano de fundo temos um filme que está sendo rodado e no qual Kun e Tong trabalham na sonoplastia. O jovem tem um ouvido aguçado e não tem muita paciência para seguir as ordens e regras do diretor.
A cena em que ele está estudando sobre os sons dos cavalos é simplesmente genial.
Ficou bem interessante o jogo de cenas do filme em si e do filme fictício com o diretor ao estilo "sabe tudo", a protagonista que reclama do cachê e as correrias para gravar as cenas finais nas belas paisagens da Mongólia com músicas e danças para comemorar.
O filme, que a princípio é um pouco arrastado, ganha corpo e torna-se interessante graças à irreverência dos personagens. O público certamente vai se identificar, ou com o aluno que não leva nada a sério e não se preocupa com o futuro ou com a namorada comportada e seguindo as regras da sociedade.
Este primeiro longa do diretor merece ser visto!
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