A Faro Editorial divulgou uma pequena entrevista do autor Chorlie Donlea onde ele fala sobre o seu mais novo livro, um pouco do anteriores além de seu processo de escrita. Não confie em ninguém será lançado na Bienal de São Paulo com a presença do autor.
1)
Alguns autores gostam de argumentar ou abordar uma questão problemática quando escrevem. Existe algo desse estilo que você aponta no livro? Se
sim, o que é?
Meus romances são para leitura pura de escape, então eu não os vejo
lidando com questões sociais de qualquer forma mais grandiosa. No
entanto, um tema comum entre os meus três romances é a obsessão da
sociedade com casos de pessoas desaparecidas e assassinatos nã
o
resolvidos. Revistas de cultura pop frequentemente apresentam em suas
capas meninas desaparecidas, algumas das quais foram encontradas depois
de terem sumido por anos. As perguntas comuns incluem como elas foram
levadas, por que elas não escaparam mais cedo e como estão se
reajustando à liberdade.
Meu primeiro romance, A garota do lago, lidou com a tentativa de um pai
de manter sua filha assassinada longe dos tabloides, enquanto uma tenaz
repórter investigativa chega à pequena cidade onde o assassinato ocorreu
para procurar respostas.
Deixada para trás conta a história de duas garotas
raptadas, uma que reaparece e outra que não. A garota que consegue
voltar para casa escreve um livro best-seller de memórias que a
atrai aos
olhos do público e chama a atenção para partes de sua história que ela
quer
ia
manter em segredo.
Meu último romance, Não acredite em ninguém, aborda a obsessão do público com documentários sobre crimes verdadeiros e conta a história de
um
a cineasta criando um documentário em formato de série semanal que
vai aprofundar nos detalhes terríveis de um assassinato no Caribe que
aconteceu há uma década
,
e que explora a mulher enigmática que foi
condenada por esse crime.
Uma linha comum entre as três histórias é a sede insaciável do público por
detalhes mórbidos de histórias perturbadoras.
2) O que te inspirou para a ideia desse livro?
Eu sou um verdadeiro viciado em crimes. O podcast Serial me viciou, e
Making a Murderer me causou aflição. Desde então, tenho visto todos os
documentários sobre crimes reais na Netflix. Minha maior reclamação sobre
esses filmes é que eles tendem a levantar mais questões do que responder.
Então eu decidi que a história de um documentarista revelando os segredos
do assassinato de dez anos atrás não apenas forneceu uma grande
premissa para um romance oportuno, mas também me deu a habilidade
de
criar um final tão selvagem quanto minha imaginação pudesse conceber.
Espero que os leitores sintam que o final de
“Não acredite em ninguém”
não
só prende pontas soltas de uma maneira que documentários reais
raramente fazem, mas que também fornece um final chocante que os
obrigará
a
voltar algumas páginas para ver como eles não o descobriram
antes.
3)
Quais são as coisas mais importantes sobre você que gostaria que os
futuros leitores soubessem?
Acredito sinceramente que, para que um romance seja bem-sucedido, ele
precisa atrair um leitor de volta para ele depois que param de ler. Se um
livro é fácil de deixar de lado e difícil de entender, a
maioria dos leitores
(inclusive eu) desistirá dele. Estou ciente disso quando escrevo. Eu sei que
há uma competição acirrada por outros livros, televisão, filmes e muito
mais. Então, tento tornar difícil para os leitores largarem meus livros. E eu
me asseguro de incluir nas páginas razões suficientes para os leitores
retornarem à leitura.
4)
Há outras coisas que você gostaria que os leitores soubessem sobre você
ou sobre o novo livro?
O cenário de Não acredite em ninguém é um resort tropical em St. Lucia
chamado Sugar Beach Resort. É um resort na plantação de Jalousie, o
mesmo que o ator Matt Damon escolheu para renovar seus votos de
casamento. Minha esposa e eu descobrimos o resort enquanto visitávamos
a ilha no Spring Break
–
feriado de primavera americano - com nossos
filhos. Eu pensei que seria o local perfeito para o meu romance.
Tanto que
minha esposa e eu voltamos para Sugar Beach no ano seguinte para
celebrar o nosso aniversário e fazer algumas pesquisas muito necessária
s
para criar este livro.
Essa relação com Matt Damon vem de um guia de St. Lucia que trabalhava
para
o
Sugar Beach. Eu o contratei para nos levar em uma excursão para
ajudar em minha pesquisa pela ilha. Nós perguntamos se ele acompanhou
o
Matt Damon ou qualquer celebridade ao redor da ilha. Não, ele nos disse.
Mas ele transportou o fotógrafo de Damon de volta ao aeroporto após a
renovação do voto.
Próximo o suficiente!
5)
Qual foi a coisa mais louca/engraçada que você já fez em nome da
pesquisa?
Minha pesquisa mais agradável foi visitar o Sugar Beach Resort para o livro
Não acredite em ninguém. Minha maior loucura
foi visitar um necrotério
para ver uma autópsia para Deixada para trás. Digamos que
as pernas
bambas e a cabeça girando não foram nada glamorosos.
23.7.18 / Entrevista, Faro Editorial
Chorlie Donlea comenta sobre o livro Não confie em ninguém
by Denise Simino
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postar um comentário