Tinha Que Ser Ele? || Classificação: ★★★ (Bom) || Estreou em 16 de março de 2017
Texto: Murilo Maximiano || Revisão: Kamila Wozniak
Temos o encontro de Bryan Cranston e James Franco numa comédia boba, porém divertida. Seguindo os moldes de comédias de natal da sessão da tarde com um toque de Entrando Numa Fria, o filme tira boas gargalhadas apesar do desperdício de aproveitamento de certos personagens e algumas situações que às vezes parecem um pouco forçadas. Ned (Bryan Cranston) leva a família inteira para visitar a querida filha Stephanie (Zoey Deutch) durante o feriado do Natal. Mas ao encontrá-la entra em conflito com o namorado dela (James Franco), um rapaz excêntrico que ficou rico por conta de jogos e apps de smartphones.
A fórmula é a mais simples possível, pai que não gosta do namorado da moça e namorado que quer, de todas as maneiras, conseguir a aprovação do sogro. O filme se desenrola através de piadas situacionais colocando o homem comum, Ned, em absurdos fora de seu contexto, proporcionados pela excentricidade de Laird, o namorado. Isso somado ao choque de gerações entre um homem que vende papéis – o personagem de Bryan Cranston – em um mundo cada vez mais digital e alguém completamente imerso nesse mundo contemporâneo – o personagem de James Franco.
A química cômica entre Franco e Cranston é boa e é a principal base do filme, colocando os dois em constantes conflitos pelas diferenças – ainda que sejam muito citados como semelhantes. Situações absurdas são exploradas e geram boas gargalhadas. Porém, um dos problemas do filme se encontra justamente em Laird, um personagem que parece um grande poço de estereótipos para representar o excêntrico e acaba por ser praticamente sem profundidade alguma.
Mais ao final do filme tenta-se gerar alguma empatia, mas a falta de mais personalidade, sacrificada em nome da cômica estranheza, acaba por impedir que o espectador se relacione com o personagem e mal entenda o motivo de Stephanie estar namorando com o mesmo. A personagem de Deutch parece também pouco explorada e se torna mais uma ferramenta que uma personagem de fato em grande parte do filme. Isso de maneira alguma acontece pela atuação de Zoey ou pela personagem ser fraca, apenas o roteiro não soube explorá-la melhor.
Dada mais cenas e mais importância nos acontecimentos, se tornaria uma personagem bem mais interessante ao longa, à história, ao invés de mostrar presença apenas em momentos oportunos. Tinha Que Ser Ele? é um filme divertido e que gera grandes risadas. Sem grandes ambições, fica preso ao estilo sessão da tarde de comédia e inclusive se sairia melhor se estreasse no natal. Apesar dos erros, é uma boa opção de comédia descompromissada e vale a pena ser assistido, mas claramente é o tipo de filme que é esquecido em alguns anos.
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